Duas pessoas relacionadas com primeiro brasileiro infectado, que retornou da Itália, foram diagnosticadas com o novo vírus
Ministério monitora outras centenas de casos suspeitos
Subiu para oito o número de pessoas infectadas com o novo coronavírus (SARS-CoV2) no Brasil, de acordo com dados do Ministério da Saúde atualizados nesta quinta-feira (5). Dois novos casos têm relação com o primeiro, registrado em São Paulo, o que demonstra transmissão local do vírus.
Além dos dois novos casos em São Paulo, o Rio de Janeiro também confirmou um paciente infectado com o SARS-CoV2 nesta tarde. É uma mulher, de 27 anos, que passou pela Itália e Alemanha, de 9 a 23 de feveireiro.
Outro caso, no Espírito Santo (um mulher de 37 anos, com histórico de viagem à Itália) foi confirmado também hoje pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), mas não constava no balanço oficial do Ministério da Saúde nesta tarde.
No Distrito Federal, uma mulher de 53 anos que viajou recentemente à Inglaterra e Suíça testou positivo para o SARS-CoV2 em um laboratório privado, mas aguarda resultado da contraprova, que será feito pelo Laboratório Central de Goiás.
O ministério informou que ela está internada em um hospital, mas não deu detalhes do quadro de saúde dela. Se validado o resultado, serão nove infectados em todo o país.
Um dos pacientes infectados em território brasileiro é parente do empresário de 61 anos, primeiro caso registrado de covid-19 no país. O segundo caso é um contato desse familiar.
Antes de apresentar os sintomas, em 25 de fevereiro, o homem recebeu 30 parentes na casa dele, na zona sul da capital paulista para um churrasco.
Ele havia viajado ao norte da Itália a negócios. A região é a mais afetada pelo surto de coronavírus naquele país.
“Isto não significa que a gente tenha a circulação do vírus na comunidade, porque eu ainda consigo monitorar quem foi o caso que originou a transmissão. Isto não é uma transmissão sustentada. Quem tem transmissão sustentada assertivamente são China, Itália e Coreia [do Sul]”, explicou o secretário de Vigilância em Saúde da pasta, Wanderson de Oliveira.
A transmissão sustentada ocorre quando não é mais possível relacionar um novo caso com os demais. No Brasil, o Ministério da Saúde ressalta que ainda é possível rastrear a conexão entre os infectados.
“O vírus não está produzindo doentes que nós não conseguimos identificar qual é a fonte. Todos os casos até agora identificados como casos confirmados têm ou histórico de viagem ou histórico de contato próximo com caso confirmado”, acrescentou o secretário.
Além do empresário e dos dois casos ligados a ele, São Paulo tem outros três pacientes infectados: um administrador de empresas, de 46 anos; um funcionário de uma corretora de valores, de 32 anos; e uma adolescente de 13 anos. Todos passaram recentemente pela Itália.
A garota é o único paciente assintomático. O exame dela apresentou “baixíssima carga viral”, o que não requer isolamento, de acordo com o secretário.
Os demais pacientes de São Paulo tiveram sinais da doença (febre e sintomas respiratórios, como tosse, coriza, etc.) e permanecem em isolamento domiciliar.
O Ministério da Saúde monitora ainda 636 casos suspeitos em 21 estados e no Distrito Federal. Outros 378 foram descartados após exames laboratoriais.
O número de casos suspeitos tem crescido após a expansão da lista de países onde há transmissão ativa do vírus.