Sem previsão de acordo, Supremo faz nova reunião para tentar conciliação sobre tabela de frete.

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A reunião será coordenada pelo ministro Luiz Fux, relator das ações que contestam a tabela.

Um ano e meio depois da criação do frete mínimo, a aplicação ainda gera insatisfação no setor produtivo. A queixa é a de que a tabela encarece o frete e prejudica a concorrência. Os caminhoneiros reclamam do que consideram descumprimento e pouca efetividade da medida.

O frete mínimo foi criado em 2018 pelo governo Michel Temer, após a greve dos caminhoneiros que bloqueou estradas e comprometeu o abastecimento de combustível, de medicamentos e de alimentos em todo o Brasil. A tabela de frete era uma das reivindicações da categoria.

Logo que foi criada, no entanto, a tabela foi contestada pelo setor produtivo, para o qual a medida era inconstitucional e iria prejudicar a concorrência.

Um ano e meio depois da criação da tabela, a Confederação Nacional da Indústria (CNI), autora de uma das ações de inconstitucionalidade, avalia que a tabela gerou prejuízos tanto para o setor produtivo, como para caminhoneiros.

A entidade relata que a criação da tabela elevou o preço do frete e acabou incentivando empresas a comprarem frota própria para o transporte, o que levou a uma redução da demanda por caminhoneiros autônomos. Segundo a CNI, em um ano de vigor da tabela, o frete rodoviário ficou 11% mais caro.

O diretor jurídico da CNI, Cássio Borges, afirmou que, na audiência, a entidade vai apresentar as propostas que vem discutindo desde que a tabela foi instituída, mas que não prevê a manutenção de um valor mínimo para o frete.

Entre as propostas da CNI, estão a criação do MEI (Microempreendedor individual, cuja carga tributária é reduzida) do caminhoneiro, o incentivo ao cooperativismo e a isonomia tributária entre transportadoras e caminhoneiros autônomos.

Representantes dos caminhoneiros discutem impasse sobre o preço da tabela do frete

Representantes dos caminhoneiros discutem impasse sobre o preço da tabela do frete

Questionada sobre a participação na audiência e sobre a apresentação de uma proposta de acordo, a AGU afirmou em nota que acredita “na efetividade da audiência no sentido de melhor esclarecer a forma como a política de preços mínimos vem sendo aplicada”.

O Ministério da Infraestrutura afirmou que a agenda será conduzida pelo STF e que acompanhará a audiência aguardando os resultados da conciliação.

Alguns integrantes do governo relatam dificuldades para criar uma pauta única de reivindicação com caminhoneiros autônomos com relação à tabela de frete.

A Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam), por exemplo, não tem mais atuado na discussão do frete mínimo e informou que decidiu negociar outros pontos com o governo.

Na semana passada, o procurador-geral Augusto Aras alterou o parecer da Procuradoria Geral da República sobre a lei que criou a tabela e afirmou que o tabelamento do frete rodoviário é inconstitucional.

Aras argumenta que a tabela deixa vulneráveis os princípios da livre iniciativa e da livre concorrência, “bem como os limites constitucionais da subsidiariedade da atuação estatal direta no domínio econômico”.

fonte/G1 — Brasília

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