STJ estende prisão preventiva de desembargadora do TJ-BA e do filho dela

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Superior Tribunal de Justiça (STJ) estendeu por mais 90 dias a prisão preventiva da desembargadora Sandra Inês Rusciolelli, do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), e do seu filho, Vasco Rusciollelli, presos após deflagração da 5ª fase da Operação Faroeste (leia mais aqui). A decisão foi assinada na última terça-feira (23), pelo relator do processo, o ministro Og Fernandes.

De acordo com o documento ao qual o Bahia Notícias obteve acesso, o prazo da prisão de ambos vencia nesta quinta-feira (25). Por isto, a Corte precisava se manifestar a respeito da extensão da detenção. Desta forma, a estadia de mãe e filho na cadeia se estende até o final de setembro, quando o STJ analisa novamente o caso – o prazo para tal vence no dia 23 de setembro.

A Faroeste apura um suposto esquema criminoso voltado à venda de decisões judiciais, por juízes e desembargadores, do TJ-BA. Os crimes investigados, além de corrupção ativa e passiva, são lavagem de ativos, evasão de divisas, organização criminosa e tráfico influência.

Em março, num telefonema interceptado pela Polícia Federal, Sandra Inês confessou que “protege todos os filhos” de desembargadores do da Corte e familiares, “mesmo que estejam errados” (relembre aqui).

Na gravação, a magistrada diz que, por mais de 30 anos, atuou rigorosamente dentro da lei, e que jamais usou a “caneta pra fazer qualquer tipo de negociata”, mas que ainda assim atuou de forma a ajudar amigos. “Eu tenho a consciência de que eu ajudei Socorro [desembargadora Maria do Socorro, presa na operação], ajudei Roque [Antônio Roque, servidor preso na Faroeste], ajudei aquele pessoal por amizade. Porque eles ajudaram Vasquinho [Vasco Rousciollelli, filho dela] no negócio do cartório. É feio eu dizer isso, mas a verdade é essa”, afirmou a magistrada durante conversa gravada pelo advogado Júlio Ferreira.

Em abril, a PF descobriu que a desembargadora e o filho apresentavam movimentações financeiras suspeitas, conforme apontado pelo relatório da Unidade de Inteligência Fianceira, antigo Coaf. Segundo o relatório, a movimentação era superior a R$ 2,7 milhões, com indicações, dentre outras, de realização de depósitos, saques, pedidos de provisionamento para saque ou qualquer outro instrumento de transferência de recursos em espécie, que apresentem atipicidade em relação à atividade econômica do cliente ou incompatibilidade com a sua capacidade econômico-financeira (relembre aqui).

 

Fonte: Bahia Noticias

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